F1 Velocidade

#F1: Vettel oscilante

13/08/2018

#F1: Vettel oscilante

Numa Fórmula 1 que definitivamente gira em torno de dois pilotos na disputa pelo título, chama a atenção o receio apresentado por Sebastian Vettel diante de Lewis Hamilton. Mas tal passividade surgiu do nada ou Seb se borrou nas calças por algum motivo em especial? Para mim, a segunda indagação é clara. Ainda mais quando se nota a quantidade grande de erros ou infelicidades do atual segundo colocado da classificação.

E qual seria a razão? Sabe o ditado: “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”? Pois o piloto ferrarista deve estar levando rigorosamente ao pé da letra isso e fazendo um lema. Ou seja, conquistar o máximo de pontos possíveis antes do terço final do campeonato.

E como pode se chegar a essa conclusão? Ora, basta recordamos o GP da Alemanha. Desde a etapa em sua terra natal, ‘Tião’ passou a ser mais efusivo para ser o 1° piloto em comando e estratégia. E rapidamente transformou seu companheiro em capacho, escudeiro, funcionário exclusivo… como queiram definir.

Após o que ocorreu em sua terra natal, o atual vice-líder da temporada passou a guiar buscando erro zero. Não que um piloto gabaritado como ele não pense ou faça isso. Mas diante de um cenário que lhe mostrou ser desfavorável, Seb foi ser agressivo apenas nos giros finais da etapa húngara.

Durante a etapa, a Ferrari errou duplamente na estratégia. Primeiro, deixou Vettel preso por cinco retardatários, ao invés de chamá-lo aos boxes. Sebastian perdeu tempo e quando parecia retomar o ritmo bom – tão bom quanto as Mercedes e Raikkönen – foi chamado para a troca de pneus.

Ao entrar e realizar a troca, Bottas que havia feito há duas voltas a troca/ultrapassagens no tráfego bem melhores que Vettel, voltou à frente. Teve ainda o erro de colocação de porca do mecânico, mas o que pesou mesmo, foi o fato da equipe comandada por Maurizio Arrivabene não mandar “bene”.

E aí entra a passividade pontuadora do #5. Engavetado atrás de um carro com ritmo inferior e pneus mais desgastados, o líder da equipe de Maranello não quis se arriscar por um bom tempo. O toque sofrido por Verstappen na China e erros que lhe custaram vitórias no Azerbaijão e na Alemanha — mais ainda na terra do chucrute — pesaram para tal atitude.

Tanto que a ultrapassagem sobre o #77, ocorreu a quatro voltas para o fim com 26 voltas após a troca de pneus e quase colocou tudo a perder numa ultrapassagem com direito a toque no finlandês da equipe alemã.

No fim das contas, com as adversidades aliadas ao medo de não capitalizar pontos, Vettel foi para o período de férias de meio de temporada com 24 pontos de desvantagem que somados as “entregadas na paçoca” chegam a 46 pontos perdidos. E o alemão, nesse período de descanso, refletirá como retomar seu lado agressivo aliado a regularidade para almejar o penta e superar Lewis “favorito” Hamilton.

Pois se continuar guiando com medo e de forma irregular, seguirá perdendo pontos e vendo um constante #44 britânico, sem erros, conquistar o pentacampeonato tão sonhado entre os dois rivais.

Não basta ter o melhor carro do grid para ser campeão. É necessário fazer valer por onde tal desempenho vencedor, principalmente E o que Vettel , o “segundão”, e a Ferrari têm feito com o SFH-71 até agora não são atitudes de um conjunto equipe/carro/piloto campeão de pilotos e/ou construtores.

Por Leonardo Bueno (@OLeonardoBueno)

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Jornalista. Abril, UOL, Yahoo, Estadão, Correio Paulistano.
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