Paul Ricard, na França, o circuito das ‘bebidas destiladas’
Se você acha que Dietrch Mateschitz, magnata austríaco por conta da empresa (gigantesca) de bebidas Red Bull, é um caso inédito de empresários desse setor investindo pesado no automobilismo, pode rever seu conceito adquirido. Notem: Paul Louis Marius Ricard, ou simplesmente Paul Ricard, foi um empreendedor francês e fundador da Pernod Ricard – que atualmente é a terceira maior empresa de bebidas, sobretudo destiladas, do planeta. Entre as marcas que a Pernod Ricard detém estão Absolut, Domecq e Chival Regal.
E Paul Ricard, lá entre as décadas de 1930 e 50, já deveria ser um entusiasta do automobilismo. Ou, não. Mas na década de 60, mais precisamente em 1969, tornou-se um investidor dos Esportes a Motor. O magnata francês foi um dos grandes financiadores do circuito que, até hoje, leva seu nome na região de Le Castellet, na França. Paul, a rigor, usava/usou isso como ferramenta de marketing para assim promover sua empresa de bebidas. Nada muito diferente daquilo que Mateschitz vem fazendo com a marca Red Bull nos dias de hoje – incluindo, também, o circuito Red Bull Ring na Áustria.
A pista
Paul Ricard trará a França de volta à Formula 1 em 2018. O país está fora do calendário da categoria desde 2009. A última corrida ‘francesa’, no ano anterior, foi disputada no autódromo de Magny-Cours e foi vencida pelo brasileiro Felipe Massa, então piloto da escuderia Ferrari. Nesse retorno à França, a F1 encontrará Le Castellet modernizado com uma pista de 5.842 metros e 15 curvas.
Foram catorze provas disputadas pela F1 em Paul Ricard entre 1971 e 1990. Nesse período, as exceções foram a prova em Clermont-Ferrand na temporada de 1972 e as corridas em Dijon-Prenois (1977, 1979, 1981 e 1984).
O grande vencedor na pista de Paul Ricard é Alain Prost, que ganhou por lá nada menos do que quatro GPs de F1 pilotando para Renault, McLaren e Ferrari. O inglês Nigel Mansell venceu duas no circuito guiando para a Williams. O único brasileiro a vencer na pista foi Nelson Piquet, no campeonato de 1985. A vitória significou o último triunfo da extinta equipe Brabham na categoria máxima.
Expectativa
Os pilotos de F1 não estão lá muito animados para correr em Paul Ricard. O sentimento deles, talvez, possa ser resumido pelas palavras do inglês Lewis Hamilton, da equipe Mercedes, atual campeão do mundo. “Sinceramente, não gosto disso, apenas para ser direto com você”, disse. “Eu adorava quando costumávamos ter a corrida em Magny-Cours”.
“Paul Ricard está em um lugar bonito, mas a pista não é tão boa quanto Magny-Cours. Acho que o mais importante é que temos um grande prêmio na França porque é uma parte importante da Europa. A França tem tantos circuitos bons – Le Mans, por exemplo – e, por algum motivo, não a temos a corrida na pista . Eu não entendo isso”.
Por Rogério Elias (@RogerioElias)
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