O Esporte como eco da intolerância
O Ovo da Serpente é um filme clássico, de 1977, dirigido por Ingmar Bergman. A história se passa na Alemanha entre as Grandes Guerras (1923) e apesar da trama principal conter elementos mais pessoais entre os personagens, o contexto é o levante da intolerância que deu sustentabilidade ao Nazismo e este, ao final, acreditava numa raça superior que subjugava os inferiores ou, mesmo, os eliminava.
A expressão “o ovo da serpente” ganhou significado em todo o mundo no sentido de que tudo que, ao nascer, possa a vir a ser nocivo para a sociedade. O germe, mais uma vez, da intolerância vem crescendo e causando danos muitas vezes irreversíveis às vítimas do racismo e discriminação de todos os tipos.
Desportos
O esporte, em suas várias modalidades, é um exemplo tremendo para o mundo. E há tempos vem sendo usado como eco do preconceito de fanáticos sempre guiados pela inflexibilidade e violência.
No último fim de semana, um nó de forca foi encontrado nos boxes da NASCAR em Talladega (Alabama) – notadamente na garagem do piloto Bubba Wallace, único negro do grid da categoria stock car estadunidense. O nó de forca é um símbolo claro de opressão, racismo e morte.
Pois bem, outro nó de forca foi encontrado numa pista utilizada pela NASCAR. Sim, um segundo laço foi achado. Agora na pista de Sonoma, na Califórnia. O FBI já investiga o primeiro caso. O segundo está à cargo, por enquanto, da polícia local.
E mais uma ocorrência, todo outro lado do Atlântico agora, na prestigiosa Premier League, na partida de futebol entre o Manchester City e o Burnley. Numa faixa em um avião, que sobrevoou o Etihad Stadium, lia-se a frase “White Lives Matters” ou, em português, “Vidas Brancas Importam”.
Referência óbvia ao lema das manifestações contra os racismo, a partir do assassinato de George Floyd, que acontecem pelo mundo: “Black Lives Matters” (Vidas Negras Importam).
São as crias da Serpente negando categoricamente a igualdade de direitos.
Rogério Elias, jornalista, fundador ao Amigos da Velocidade ao lado de Téo José, comentarista de Esportes a Motor, professor de jornalismo e palestrante. @RogerioElias.
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