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A McLaren precisa se reinventar no automobilismo, senão…

02/08/2018

A McLaren precisa se reinventar no automobilismo, senão…

Ou a Mclaren decide o que quer ou, então, se tornará empáfia na categoria-mor do automobilismo mundial. Haja vista que após três recentes anos fracassados, numa parceria em que a Honda foi a maior ‘culpada’ pelos insucessos da equipe inglesa, houve uma mudança. Tal alteração fora realizada na unidade motriz dos carros #2 e #14 e causando certa empolgação por parte dos britânicos, em uma parceria com a Renault.

Porém, a parceria com os franceses esteve longe de ser a real solução dos problemas da equipe. Tanto que, desde os testes de pré – temporada, o carro andou bem menos do que o esperado. Surgiram problemas de super aquecimento, de freios, elétricos, de cavalo a quatro…

Veio a abertura da temporada 2018, e um ‘falso’ 5° lugar foi conquistado por Fernando Alonso. Devido as circunstâncias do mecânico trapalhão da Haas, e de certa durabilidade de outras equipes – algo normal para uma primeira etapa – , a sensação de que haveria competitividade no MP/33 era só isso mesmo: uma sensação.

Os problemas de durabilidade e desempenho foram aparecendo e, num contexto geral, a equipe britânica não pontou em três das nove etapas iniciais, pouco andou de forma consistente no Top10 e mesmo alegando que com mudanças aerodinâmicas e de diretivos haveriam evoluções, estas não apareceram.

Muito se falou sobre revoluções aerodinâmicas a partir do GP da Espanha, mas vingaram. Mudanças em cargos técnicos – tendo como destaque, a saída de Éric Boulier, confirmada após afirmar que não sairia. Discurso que não vingou e fez o ex-dirigente da Lotus e da Renault pedir demissão. Provando que a falta de confiança e rumo verdadeiro para a equipe.

E em meio a isso, Gil de Ferran assume a vaga. O ex-piloto duas vezes campeão da CART/Fórmula Indy, já teve contato com Fernando Alonso em 2017, quando o piloto espanhol disputou as 500 milhas de Indianápolis pela McLaren/Andretti. De Ferran foi o coach do espanhol e viu o asturiano desempenhar um bom papel, enquanto o motor Honda aguentou. Além disso, o brasileiro era consultor da equipe capitaneada por Zak Brown. Ou seja, Gil é uma pessoa que Alonso conhece e confia. E de certa forma, Stoffel Vandoorne também. Já que o piloto do #2 é o namorado de Anna de Ferran.

Mas a questão real em meio a tudo isso é: Que rumo a turma de Woking quer para sua vida dentro da Fórmula 1?

Ter visões para seus pilotos disputando outras categorias e os mantendo em atividade é válido. Vislumbrar, e ao que tudo indica, estar de forma integral na Fórmula Indy em alguns anos e ceder às vontades de Alonso visando a tríplice coroa do automobilismo, também, é respeitável. Mas não adianta pensar noutras categorias e se esquecer do foco na maior categoria do automobilismo mundial. A visão norte-americanizada de seu corpo diretivo atrapalha de certa forma os planos. Não mostra o  verdadeiro desejo da equipe dentro da F1.

O problema que era o motor de fraco desempenho e confiabilidade da Honda não existe mais – devido a uma impaciência com trabalho de médio prazo junto a montadora nipônica que agora está em um patamar digno com a Toro Rosso, e que no biênio 2019/2020 estará também aliada a Red Bull. E sem os brilharecos de Dom Fernando, o chassi da equipe se mostra apenas razoável. Muito pouco para uma equipe gigantesca. Situações muito confusas para um time vencedor. O qual, caso não mostre verdadeira reação, ficará sem ter quem carregue o equipamento nas costas. Dentro e fora das pistas.

Em resumo: numa equipe em que bônus para funcionários (mecânicos) são pagos com chocolates de R$1,25, viver em má fase e sem perspectivas de evolução é algo normal. Lamentável!

Por Leonardo Bueno (@OLeonardoBueno)

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Jornalista. Abril, UOL, Yahoo, Estadão, Correio Paulistano.
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