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#F1: a equipe Mercedes não sabe perder?

16/07/2018

#F1: a equipe Mercedes não sabe perder?

Uma grande confusão, na pista e fora dela, ocorreu no Grande Prêmio da Grâ-Bretanha 2018, em Silverstone, no Mundial de Fórmula 1. Logo após a largada, Lewis Hamilton, da equipe Mercedes, tentava recuperar terreno após uma saída ruim e foi tocado por Kimi Raikkönen (Ferrari) na curva 3.

Na minha humilde opinião, Kimi estava na parte interna da curva e freou no limite extremo do carro para evitar o contato com Lewis. Tanto que o ‘Iceman’ acabou travando a roda dianteira direita. Evitou ao máximo o toque, mas infelizmente ocorreu. Ambos acabaram prejudicados, em especial Hamilton.

Lewis caiu para a última posição e mesmo com avarias no assoalho de seu carto, o piloto inglês galgou rapidamente posições e logo se recolocou no Top6 real da prova. E mais: no fim das contas acabou chegando em 2° lugar.

Punição X Punição

Raikkönen sofreu uma punição de 10s – de certa forma injusta. Foi um lance de corrida, mas (tudo bem) cabível de punição. Mas há duas etapas, Sebastian Vettel deu um toque com prejuízos maiores em Valtteri Bottas, na largada do GP da França em Paul Ricard. Na ocasião, o piloto alemão acabou com uma punição menor: 5s.

Falta de critério por parte da Federação Internacional de Automobilismo? Total! A FIA até se posicionou logo após o entreveiro na França, dizendo que exigiria maior rigor por parte de seus comissários. De fato, o rigor foi aplicado. Mas o problema é que o toque de Vettel foi mais intenso e danoso e, no fim das contas, resultou em ‘lucro’ ao Vettel. Ou seja, deu certo ‘tilt’ nos comissários.

Tem mais

Isto posto, vamos ao segundo ponto da ‘confusão. Agora com a participação da equipe Mercedes. A equipe alemã acusou o piloto da Ferrari de ter premeditado a situação (ou ter tocado de forma deliberada) para beneficiar seu companheiro de equipe. Toto Wolff, o chefão da esquadra dos Flechas de Prata, foi um dos mais incisivos à esse respeito.

“Foi um incidente de corrida com o Räikkönen. Em Paul Ricard foi a primeira vez em que fomos acertados e essa foi a segunda. Estamos falando de muitos pontos de Construtores. E isso só pode ser algo deliberado. Ou, então, incompetência. Isso nos leva a elaborar um julgamento”, disse Toto.

Houve prejuízos sim. Mas, nada proposital. Acho que a turma germânica não está sabendo lidar com uma forte concorrência que antes não havia. Ou era controlável.

Não vejo algo premeditado. Vettel errou e jamais acertaria propositadamente Bottas. Ou qualquer outro piloto. Foi um erro fora dos padrões do tetracampeão. Prefiro concordar com o ‘chefão’ alemão no aspecto positivo da questão.

“Foi uma recuperação incrível do Lewis. Ele estava em último e o segundo lugar foi o máximo que poderíamos alcançar para compensar nossos danos. Foi uma pilotagem fantástica dele”, falou Wolff.

Niki Lauda, de forma mais comedida, também se mostrou contrário. “O acidente foi injusto. Foi a segunda vez que uma Ferrari nos acertou nas primeiras curvas. Isso não é engraçado”, disse o consultor da equipe alemã.

O dia em que existir acidente justo, que se mudem as normas do automobilismo. Acidentes e incidentes fazem parte da vida. Não tolerá-los é algo no mínimo estranho.

Já pelo lado ferrarista, além de Raikkönen que pediu publicamente e pessoalmente desculpas à Hamilton, Sebastian Vettel se posicionou a respeito: “é bobagem pensar que o que aconteceu foi deliberado. Não acho que houve uma intenção e acho até mesmo que é desnecessário falar disso” afirmou Vettel.

Vettel foi simples, polido e perfeito. Evitou qualquer polêmica. Assim como Valtteri Bottas, que evitou comentar. Já o chefão da Ferrari, Maurizio Arrivabene, deu uma opinião mais quente sobre as acusações.

“Quem é incompetente? Kimi? Quem é ele para julgar o que os pilotos estão fazendo no carro? Se ele realmente dissesse algo assim, deveria se envergonhar”

Em resumo, uma guerra de opiniões, com derrota para a Mercedes. Já diria Téo José: ” Segue o fluxo!”.

Por Leonardo Bueno (@OLeonardoBueno)

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Jornalista. Abril, UOL, Yahoo, Estadão, Correio Paulistano.
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