eKarting Eletric GT Fórmula E

O tamanho da Fórmula E em suas consequências: eKarting, Eletric GT e monopostos-escola

13/07/2018

O tamanho da Fórmula E em suas consequências: eKarting, Eletric GT e monopostos-escola

Após muitas dúvidas, hoje é inegável: a Fórmula E é uma realidade. A categoria vem cumprindo com fidelidade o objetivo de desenvolver o uso da energia elétrica para a substituição de combustíveis fósseis para veículos. E como já até foi dito neste espaço, a competição acaba por ser um ótimo modo de desenvolver tecnologia.

Inicialmente, o objetivo era desenvolver tecnologia limpa e servir como uma maneira de preencher o calendário esportivo. Mas a categoria caiu no gosto de público por seu formato dinâmico, com tudo sendo resolvido no mesmo dia e em circuitos citadinos. Além disso, permitiu um envolvimento maior do público – tanto nas redes sociais como nos próprios locais de corrida.

O sucesso tem sido tão grande que a categoria estreará um novo carro (Gen2) e aumentará a potência. O formato das corridas mudará bastante. Acaba a troca de carros e  vem a limitação das provas ao tempo. Mas, com estes desenvolvimentos, muita gente começa a devanear nas possibilidades…

Escolas

A categoria desde o início teve a chancela da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). E com o crescimento da FE, vários pensam que esta pode ser uma concorrente para a Fórmula 1, tido como o topo das corridas de automobilismo, tanto em atenção como em termos tecnológicos. Mas há um aspecto que também começa a ser desenhado que pode funcionar como uma modernização do sistema ou a construção de um novo….

Normalmente, um piloto para a chegar a várias categorias, inclusive à Fórmula 1, deve seguir uma “escada” de acesso: a base é o Kart. Posteriormente, existem as categorias menores de monopostos, onde o piloto vai aos poucos conhecendo as reações do carro e se adaptando aos diferentes níveis de potência. Até chegar ao topo. O ideal é que cada fase seja obedecida. Entretanto, nem sempre é observada, coisa que a FIA tem buscado tornar mais difícil.

eKarting

Mas, sorrateiramente, a “ordem elétrica” vem chegando neste campo. Este ano, surgiu o eKarting que nada mais é do que um kart de competição que, ao invés de usar motores à combustão, utiliza impulsão elétrica. O princípio já é usado nos karts de aluguel, mas agora é transposto para a competição. Felipe Massa, agora Presidente da Comissão Internacional de Kart, na semana passada declarou que vê com bons olhos esta iniciativa.

Brincadeira que tem data para começar: 2019. É quando está previsto o início do campeonato de eKarting, que será suporte do Campeonato de Carros Elétricos de Produção, a Electric GT, com os Tesla S P100DL. Serão karts com um motor de 4,2 kWh, gerando cerca de 50 cavalos de potência máxima e podendo chegar a 150km/h. Inicialmente, estão confirmadas 6 corridas na Europa (Alemanha,Espanha,França, Inglaterra, Holanda e Portugal) e 2 datas ainda com locais a confirmar.

Para dar peso ao projeto,, a Venturi, participante da Formula E e coincidentemente a próxima equipe de Massa organizou no mês passado em Aragón (Espanha) uma bateria de teste com alguns dos seus pilotos de desenvolvimento.  E a própria organização tem criado um clube de pilotos para dar apoio para que este busque patrocinadores e equipes.

Em paralelo, aparece o que seria o elo intermediário entre o kart e a categoria maior: a categoria escola. E aí se materializa o Formulino.

Monoposto

O monoposto é um projeto da Dallara para fórmulas menores como a Formel Masters (Alemanha) e MRF Challenge (Ásia). A versão elétrica foi apresentada no Motorshow de Genebra em 2017 por Thierry Deflandre, que já foi CEO do circuito de Zolder (Bélgica).

Um primeiro protótipo, com um motor de 120kW (cerca de 160cv), foi montado para testes e o objetivo é divulgar o preço inicial no meio desde ano e iniciar as vendas em 2019 visando atender inicialmente as escolas de pilotagem. A meta é iniciar um campeonato regular a partir de 2020, tendo o apoio de alguma grande montadora.

Caso estas iniciativas se cumpram, poderíamos dizer afirmativamente que teríamos uma base de evolução de um piloto de competição de forma “elétrica”. E a Fórmula E se encorparia ainda mais. Mais um movimento para a pegar o posto da Fórmula 1?

Por Sérgio Milani (@smilani80)

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Jornalista. Abril, UOL, Yahoo, Estadão, Correio Paulistano.
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