Indy 500 IndyCar

Confesso: uma das menos competitivas provas das 500 Milhas

28/05/2018

Confesso: uma das menos competitivas provas das 500 Milhas

Téo José

Esse novo carro da Fórmula Indy, introduzido em 2018, é muito bonito e mais seguro. Mas é um carro que em circuito oval tem muito pouca pressão aerodinâmica. Na verdade, ele foi desenhado para ter muita pressão. Ele foi construído assim. As equipes estão tentando andar nos ovais com ele descarregado de pressão, mas não adianta. Muito por conta da natureza da construção do carro.

Então, o que a gente vê? Em circuitos ovais, temos corridas sem muitas ultrapassagens. E, principalmente, sem muitos pegas. Quando o piloto se aproxima o vácuo ‘chupa’ e, então, ele coloca de lado e passa. O piloto que está na frente fica sem defesa, mesmo que este mude de trajetória uma vez ou se posicione de forma defensiva para complicar o adversário.

Se você consegue pegar o vácuo, você ultrapassa. Mas, também, não está sendo fácil pegar esse vácuo. Em Phoenix, por exemplo, nos vimos os pilotos mais distantes uns dos outros – algo que não é normal em oval. E vimos, agora, principalmente, em Indianapolis, alguns acidentes incomuns com pilotos experientes como o Hélio, a Danica, o Bourdais e o Tony que não têm muita explicação.

É um problema da aerodinâmica do carro e isso precisa ser revisto no próximo ano porque, senão, vamos continuar com provas sem emoção e competitividade em ovais.

Foi uma pena para o Tony (Kanaan). Eu o via com ótimas chances, ele estava fazendo uma corridaça. Me parecia que ele tinha tudo na mão para brigar pela vitória no final. O Hélio (Castroneves) cresceu na hora certa. Mas ficou de fora também. E o Will Power acabou com a vitória, mas sem muita emoção no final de corrida.

Uma pena também para a Danica. Acho que ela merecia terminar a sua carreira recebendo a bandeira quadriculada e ficar entre os cinco primeiros. Ela teve um papel muito importante na popularização da Indy e, mesmo, em todo o automobilismo norte-americano.

Mais uma vitória da Penske, a maior vencedora em Indianapolis com todos os méritos. Mas foi uma prova que deixou muito a desejar. Espero que algo seja feito com esses carros para voltarmos a ver nos ovais a competitividade – que sempre foi a marca da F-Indy.

Confesso que foi uma das corridas mais sem competitividade que vi nas 500 Milhas.

Téo José, narrador esportivo, com passagens por Band, SBT, RedeTv!, PSN e atualmente locutor da Fox Sports Brasil. Palestrante motivacional e mestre de cerimônias (@TeoJose)

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Jornalista. Abril, UOL, Yahoo, Estadão, Correio Paulistano.
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